quinta-feira, dezembro 30

bittersweet christmas

Na idade adulta já não há espaço para ver só magia.
O Natal é disso mesmo que se trata, um postal mágico que imagino poder reinventar todos os anos, sem me lembrar daqueles pormenores.

Há que mostrar resistência logo no início, passar pelas compras de Natal, o trânsito, filas de carros, a família a bufar e a discutir, a confusão nas caixas das lojas,...! É a primeira prova de fogo, o sinal de resistência, a afirmação do "Sim, estou determinada a passar por isto, em nome da Magia do Natal!" Mas depois o amargo continua, temperado pelas pessoas com quem não estou, pelos presentes que não dei...

E quando penso que tudo vai estar bem e na paz, vem a angústia da Passagem d'Ano, do sentido de dever que seja uma noite fenomenal, para fechar um grande ano e começar um ano mais espectacular! Não quero sentir essa obrigação e por isso precisei de dizer isto! Oficializar esta libertação! A catarse do sentido de dever passar o ano de forma brutal!

sábado, novembro 27

Autumn Falls

the yellow and red stained leaves happily floating together
accept their condition:
mortality does not exist - only from our tiny point of view
and they'll keep floating and singing their last rhymes














the autumn falls

quinta-feira, novembro 25

novembro agreste

 Não se trata de uma excelente capacidade para ver o lado positivo das coisas, mas a verdade é que, se há apologias infindáveis ao Verão e até à Primavera, eu faço-a ao Outono. Sim, começa o frio, regressa o trabalho em força, mas toda a beleza inerente a esta estação é impossível de não sentir. À medida que vou contando os meus outonos, vou sentindo cada vez mais as mudanças das estações, sobretudo os estados de espírito que implicam. É como se tudo fizesse sentido assim. E faz. E pronto, é a estação especial em que eu nasci, em que se começa a acender a lareira, em que as árvores se enchem de cores intensas, em que se começa a usar cachecóis quentinhos e apetece ficar super cosy...

quinta-feira, novembro 4

terça-feira, outubro 19

Não sei se é o raio da Lei de Murphy ou o carago, mas porque é que, no supermercado, EU VOU SEMPRE PARAR À FILA MAIS LENTA??!!

sábado, outubro 16

                Cá por casa o amor multiplicou-se. Os felinos já estão em maioria.

domingo, outubro 10

Detective Pintassilgo e o Caso do Lápis Roubado

Caminhou pelo braço de rochedo em direcção ao mar. A neblina matinal era densa e tornava tudo em redor invisível, acentuando o suave bater da ondulação nas rochas. Ao chegar à extremidade do penhasco, colocou as mãos nos bolsos da já gasta gabardina e balançou o peso do corpo entre as pontas dos pés e os calcanhares. “Quem teria sido o autor daquele roubo?” – indagou. Na verdade, não se tratava de um caso preocupante, ter-se perdido, nas mãos de um larápio, o lápis de escrita de Margarida Rebelo Pinto (mas de alívio) para a herança literária portuguesa, pensou. De qualquer das formas, não importava agora avaliar o génio literário da autora, mas de apurar o responsável pelo roubo. Afinal de contas, não iria manchar o seu percurso de sucesso como detective por causa de gostos ou ideologias. Nunca o fizera e não seria agora. Cada caso era um caso e, além do mais, a sua imparcialidade sempre fora reputada.
Mas o seu pensamento recaía de novo nos suspeitos. No seu depoimento nervoso, a autora relatara ter acordado pelas 4 horas da madrugada com um ruído que não soubera identificar, tendo percebido, do lado de fora do seu quarto, um vulto em movimento. Tratava-se de alguém com estatura média, vestido de preto e encapuzado. A autora narrou em soluços estridentes que, ao perceber que o seu lápis era o objecto pretendido pelo ladrão, soltou os braços e apertou vigorosamente o pescoço do assaltante, não tendo, porém, conseguido evitar que escapasse, pois ao conseguir libertar-se, derrubou-a no chão.
Poderia ser homem ou mulher, pensava agora o detective Óscar Pintassilgo, pois não era necessária muita força para derrubar aquela pena de mulher. De facto, esta ideia atraía-o mais, desde o princípio, parecia-lhe mais provável ser uma mulher a desejar o lápis daquela escritora… Ao pensar nisto, Pintassilgo deu meia volta e acelerou o passo até à esquadra. Ao serviço, estava o agente Manuel Cunha, que folheava a revista Maria, guardando-a imediatamente, à entrada do detective.
- Sr. Pintassilgo, ao seu dispor!
- Quero ver de novo os suspeitos – declarou seguramente e inebriando o guarda de curiosidade.
- Sim, sr. Pintassilgo!
Ao olhar de novo os suspeitos através da vitrina, o detective Óscar não teve dúvidas. Solicitou ao agente Cunha que isolasse a mulher que apontou:
- Quero interrogar a nº 3.
- É pra já, sr. Pintassilgo!
Ao entrar na sala de interrogatórios, a mulher encolheu-se na cadeira, abrindo o seu olhar ansioso ao detective. Este calmamente puxou a cadeira em  frente, onde colocou o pé direito e, apoiando o braço direito na coxa, manipulou com a mão esquerda o candeeiro metálico que pendia sobre a mesa, em direcção ao rosto pálido da mulher.
- Queira fazer o favor de afastar o lenço do pescoço – ordenou.
Isabel afastou o cabelo comprido e desenrolou o lenço vermelho que lhe cobria o pescoço. As marcas negras eram evidentes e o culpado também.
- Tem alguma coisa a dizer em sua defesa?
- Aquela mulher não pode continuar a escrever! – gritava enquanto o agente Manuel Cunha a segurava e algemava – Ela é uma ameaça para o que resta da nossa comunidade leitora!
Óscar Pintassilgo abandonou a esquadra, não conseguindo evitar aquela satisfação mais desejada que qualquer prémio ou recompensa. O telemóvel tocou…


Fim

sexta-feira, setembro 24



Não existe ninguém no mundo que não se sinta, por momentos que seja, aparte de tudo e de todos. Estes dias têm sido assim, como se eu dançasse uma dança completamente diferente dos outros e não sei quem é que não acerta os passos, ou se estamos todos a ouvir uma música diferente.
E aproveito e deixo aqui este lindo filme, com uma das melhores músicas de sempre.

segunda-feira, setembro 20

Por muitas coisas diferentes que faça, o domingo nunca escapa a uma certa nostalgia / angústia... nostalgia pela sensação de liberdade que a sexta-feira traz e angústia pela segunda que se aproxima. E esta sensação é-me familiar desde sempre, desde os tempos de miúda em que os domingos eram pontuados por aquela banda sonora, a das corridas de fórmula1. E agora que o domingo já passou e a segunda está no final, é tempo de esquecer essas sensações adjacentes ao fim-de-semana... e de continuar a pensar que o que eu preciso mesmo é de fazer alguma coisa que me faça desejar a segunda-feira de manhã, o que eu preciso é de encontrar a minha vocação, para poder mandar o trabalho às favas.

sábado, setembro 18

escrever

Estes têm sido dias de reconciliação com a escrita. A criação deste baby blogue e um workshop de escrita criativa! Que semana produtiva! Acho que a vinda do outono é um bom prenúncio porque, apesar de ser a estação do envelhecimento, é a altura certa para criar um espaço quentinho onde passar o inverno! por aqui :)

sou assim

se tivesse que fazer o meu auto-retrato em algumas frases importantes e que considero que me definem:
(acho que preciso, volta e meia de pensar nisto, para me encontrar no meio desta confusão) diria das minhas certezas:
- sou pequenina nos meus quase trinta anos;
- gosto de cozinhar e lavar a loiça a cantar;
- vivo com uma gata e todos os dias agradeço por estarmos juntas;
- detesto conduzir às sextas-feiras ao final do dia;
- acho ridiculamente surpreendente como é que cheguei à idade adulta e vejo toda a gente a comportar-se de forma infantil;
- adoro beber um bom copo de vinho;
- nunca pensei, quando era mais nova, que as coisas melhores e mais plenas da vida para mim pudessem ser as mais simples;
- quero viver muitos anos e morrer rodeada de netos;
- oscilo entre a excitação e euforia e a deprimência total com uma facilidade que não me parece normal;
- não faço ideia o que o futuro me reserva;
- mas espero manter a capacidade de fazer dele o melhor;
- e penso: "será que daqui a uns vinte anos muitas destas ideias terão mudado?"

quinta-feira, setembro 16

"My Blueberry Nights" - The Kiss

Quando tudo é negro, é mesmo preciso dar a volta ao bilhar grande e voltar com uma nova perspectiva de tudo e com a capacidade de viver tudo no seu verdadeiro potencial. Uma espécie de "Preciso de ir ali. Mas volto já!"

quarta-feira, setembro 15

e nasceu..

se nos encontramos de novo... é uma referência literária, de uma das minhas autoras favoritas. Sempre gostei de referências literárias e cinematográficas, acho-as poéticas. E depois os encontros têm sempre alguma coisa de especial ... marcar um encontro, ir ao encontro, sobretudo encontrar-me com a escrita, com pessoas e ideias!