sábado, março 26

Decidi fotografar um final de tarde de uma primavera amena e tardia.
Um pedaço de telhado visto por detrás de um muro banhado pelo sol - "neste final de dia tenho direito a uma luz intensa". Comido pelo tempo, onde se lê as chuvas e os sóis que já ali pousaram, diz-nos frontalmente "permaneço". E tudo em seu redor não consegue ser mais, ter mais coisas para contar, do que aquele pedacinho de telhado.
Ao fundo vêem-se plátanos. cujas folhas ondulam levemente, já escuras, banhadas pela sombra de altos eucaliptos. Escondem uma antiga e abandonada fábrica que já não existe, mas permanece como uma memória. As andorinhas ainda cantam, mas sossegadamente, e os pássaros cantam ainda na última hora de sol.
O pedaço de telhado já está coberto pela sombra, mas permanece.

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