domingo, novembro 4

E depois de umas férias merecidas na casa portuguesa, voltar à GB, ainda que de espírito renovado, está a ser mais desafiante. Por aqui o caminho agora é feito com os pés mais assentes na terra e um olhar menos sonhador; a magia fácil deu lugar a uma integração mais racional, a uma visão menos romântica e paciente. As dificuldades grandes e pequeninas são vividas com uma intensidade que dói, mas que se aprende a aceitar num exercício constante. E essa flexibilidade vai sendo exercitada todos os dias, várias vezes, fortalecendo um lado de mim que eu quase desconhecia. Mas essa solidez não se impõe nem rouba espaço à sensibilidade, que continua aguçada por toda a beleza, ou falta dela, por toda a riqueza, ou falta dela, por toda a compaixão, ou pela sua inexistência. Esperar o mínimo e fazer o máximo poderia ser um lema de vida, já que as expectativas devem ser sempre refreadas por aqui e se trabalha sempre para fazer o máximo e o melhor de todos os dias, das pequenas dádivas, mesmo de coisas simples, como gerir as horas de electricidade. Por aqui a percepção e reconhecimento dos pequenos milagres diários estão mais alerta e por isso tudo continuo a sentir uma enorme gratidão.

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